2 da manhã e um post sobre Modern Family

A primeira vez que vi Modern Family foi logo após o Emmy de 2010, onde ela ganhou como Melhor Série. Logo após mesmo, quando o prêmio acabou eu baixei o piloto e assisti e pude compreender o porque de tanto falatório acerca da série e comecei a reconhece-la como Melhor Série de Comédia, porque antes, erroneamente, achava muito barulho por pouco coisa.

Uma coisa que não mudou foi o fato de não ver Modern Family como algo moderno ou revolucionário, pelo menos no que diz respeito a base da série, que é uma comédia familiar, como The Middle. O fato de ter um casal gay na série nunca me pareceu algo fora do comum. Na verdade Cam e Mitchel são tão entrosados que não demoraram muito para ser tornarem apenas um casal. Não um casal gay (apesar da série muitas vezes incluir clichês gays para fazer graça), apenas um casal bastante divertidos, assim como Claire/Phil e Gloria/Jay.


Falando em Claire, foi no primeiro episódio da terceira temporada, especificamente quando ela está tentando conversar com Dylan, que eu enxerguei a Melhor Atriz Coadjuvante de Comédia em Julie Bowen, eleita pelo Emmy 2011. Logo tudo começou a fazer sentido, especialmente na primeira metade da terceira temporada, que voltou a ter o mesmo fôlego da primeira, fôlego esse que na minha opinião já estava começando a voltar nos episódios finais da segunda.

O que aconteceu Claire não aconteceu com Phil. Ty Burrell interpreta muito bem o papel daquele pai completamente fora da realidade, que busca a aceitação do sogro, convivendo com os desmandos da esposa e tenta ser o super-herói dos filhos. Mas ainda sim é difícil vê-lo como Melhor Ator Coadjuvante de Comédia, ainda mais ao lado de Eric Stonestreet, que convenhamos, faz um trabalho excelente! "Stellaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!" (Só pra quem vê e tem boa memória).

Mas o que eu mais adoro em Modern Family, e acho que muitos vão concordar, é a senhora Delgado-Pritchet. Gloria é apaixonante (não só pela beleza latino-americana de Sofia Vergara), mas pelo seu jeito (também latino-americano) espalhafatoso e espontâneo. Mesmo que às vezes beirando a caricatura, continua coerente, principalmente no fato de tentar proteger Manny dos seus erros. E como grita não? JAAAAAAAAAAAAAAAAAY!

Fechando o que se tornou essas considerações rápidas pelos personagens, o último destaque é para a aproximação de Haley e Alex, como uma espécie de Pink e Cérebro. As disputadas entre a popularidade de uma e a "nerdice" da outra rendem um bom embate, assim como quando se unem em prol da mesma causa. Um momento grande da terceira temporada é quando Alex para Haley: "Um dia seus fãs vão servir os meus fãs", mostrando de uma forma super divertida a velha história dos nerds dominarem o mundo.

Modern Family tem um roteiro ágil, simples de ser visto e o mais importante, engraçado. Não o humor enlatado da maioria das séries novas, mas algo pensado para ser divertido, e não divertido por acaso, como em Parks & Recreation e Community. Outra coisa, a série valoriza seu elenco. A maioria dos episódios envolvem essencialmente o elenco principal, sem uma superpopulação de participações. Hoje eu acredito que esse elenco seja um dos melhores no mundo da comédia, seja individualmente ou em conjunto. Se juntarem todos os homens em busca dos 900 dólares de Haley, colocar Glória e Luke atrás de um anjo ou Mitch, Alex e Lily comprando árvores de Natal, vai dar certo.

Disse no Twitter que voltei a me apaixonar por Modern Family, após um tempo sem ela. Apesar de não se a minha comédia preferida, já a respeito como tal e já não acho marmelada ela ganhar os prêmios que ganhou (e que continue ganhando, ainda mais se for em cima de Glee). Modern Family agora já tem lugar cativo.

OBS.: O título do post é um plágio à mim mesmo, dos já tradicionais posts sobre The Big C. Mais isso é apenas um detalhe. =)

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