10.5.11

Divagações sobre Game of Thrones

got

Este post inicialmente seria divido para falar além de Game of Thrones, sobre The Borgias e um adendo sobre Camelot, mas qualquer pequena divagação sobre GOT num instante vira um testamento gigante sem espaço para mais nada ou ninguém. Então seja como for, te convido a passear desde a Muralha do fim do mundo até as selvagens terras dothraki com alguns dos meus comentários sobre esta série que dispensa apresentações!

É difícil dizer qual o momento em que as pessoas abriram os olhos e encararam a quase perfeição de Game of Thrones. Posso não estar sendo 100% verdadeiro, mas acredito que comigo tenha acontecido no primeiro teaser, quando "the winter is coming" surgiu nos diante dos meus olhos após uma revoada de corvos e como Simon Cowell*, eu sabia que estava diante de algo incrível!

Quem segue o meu twitter sabe que todo comentário que faço sobre GOT, é seguido por uma comparação entre à série e o livro e essa dualidade as vezes me deixa com a impressão de ser um chato que não consegue divisar as coisas, mas se é natural a comparação em uma adaptação, imagine quando você combina as duas vertentes ao mesmo tempo? É bateu, levou! Li agora, assisti mais tarde e naturalmente as diferenças saltam aos olhos.

Contudo, ao longo dos quatro episódios, pude começar a perceber e entender o trabalho de adaptação que a série teve e os caminhos que ela começa a tomar e também que as adições extra-livro são tão bem feitas que se estivessem no texto original encaixariam perfeitamente.

Como cada episódio compreende uma grande parte da história e falar de um já dá um texto enorme, falar dos até então quatro, seria quilométrico. Por isso atento-me ao mais recente, o 4ª episódio "Cripples, Bastards and Broken Things" que não foi meu preferido, mas que foi responsável por um grande avanço à nível de narrativa, apesar de ter tido algumas falhas como a ausência de informações que explicaria muito mais coisa.

<SPOILERS> (Se ainda não leu o livro, aconselho saltar essa parte).
ned

A conversa entre Meistre Pycelle e Ned, foi bem rápida, destacando os pontos principais das três páginas dedicadas ao diálogo do livro, que incluiu dissertações sobre o verão e sobre o inverno e muitos mais perguntas sobre a morte de Jon Arryn, assim como mais informações sobre seu filho e sua esposa Lysa.

Anterior à isso, durante a reunião do Conselho do Rei, onde o guarda da Patrulha Real pede ajuda para conter as confusões causadas da cidade pelo Torneio da Mão, a série retira a presença de Lord Renly, irmão mais novo do Rei Robert e também a conversa sobre Stannis Baratheon, outro irmão do Rei e sua proximidade com Jon Arryn, que no livro revela muitas coisas que chamam a atenção de Ned e aí sim o leva ao armeiro e lá as pontas são ligadas e a Mão faz a descoberta do filho bastardo de Robert Baratheon.

Outro ponto que difere da narrativa é quando, ao ser apresentada à Lord Baelish, ou Mindinho, Sansa não tem mais que duas trocas de frases com ele. Toda história que ele conta à ela sobre os irmãos Sandor e Gregor é contanda pelo próprio Sandor numa sequência que fiquei muito desapontado por ter sido cortada.

danny

Deixando Porto Real é indo para as terras longínquas de Vaes Dothraki, encontrasse muitas sequências fieis em momentos e cenários diferentes. Como por exemplo, após bater em seu irmão, Daenerys conversa com Sor Jorah ao mesmo tempo temerosa por ter enfrentado seu irmão e feliz com isso, e finalmente verbalizando o que já sabia, que Viserys não seria capaz de liderar um exército ainda que Khal Drogo o desse. Esse momento, presente no livro acontece durante a marcha dothraki, vista no terceiro episódio, naquela situação da clareira onde ela o enfrenta pela primeira vez. Contudo, estender esta parte da história parece essencial, já que a maioria dos capítulo nas primeiras 220 páginas são dedicas a Ned, Catelyn, Bran e Jon do que ao núcleo Dothraki.

</SPOILER>

jon

Falando em Jon, que ao ler se tornou meu personagem preferido vem tem uma aparição rápida e suas cenas mais densas, como com Tyrion Lannister no alto da Muralha e com Sam, do alto da mesma muralha, foi cortadas e perderam um pouco da essência que representavam. Eu sei que pareço exigir demais da série, mas não gostaria que entendesse isso como uma crítica, mais sim uma ilustração entre o que é e o que está sendo feito.

São muitos os momentos em que a narrativa se mostra fiel inclusive no roteiro, que segue em sua maioria o original e uma sequência em especial, foi exatamente como se dá para imaginar. Quando Catelyn está na hospedaria e conclama os cavaleiros, reestabelecendo as conexões de suas casas para com a Casa de seu pai, os Tully de Correrio, à capturarem Tyrion Lannister, acusando o anão de tramar o assassinato de Bran e todos respondem erguendo suas espadas.

O fato é que pela quantidade de personagens e desdobramentos da história principal, muitos momentos, grandes ou pequenos serão deixados de lado inevitavelmente e isso é inerente à qualquer adaptação, tal como Senhor dos Anéis, que nos filmes deixaram de lado o encontro de Sam e Frodo com Faramir em Ithilien ou os festejos nos campos de Cormallen, além do expurgo do Condado e o encontro de Gandalf e Saruman em Isengard, que na versão estendida do filme, acabou morrendo, numa morte inventada e sabiamente retirada do versão oficial.

Enfim, Game of Thrones está com tudo e não está prosa. Veio impecável, com atenção aos detalhes de figurino, cenografia, além do elenco afiado em seus personagens e em toda qualidade visual que é marca registrada da HBO. Será que vem Emmy por aí? Seria muito bom ver Game of Thrones, à exemplo do seu antecessor como "mestre da fantasia" Senhor dos Anéis, ganhar prêmios e ser honrada com méritos mais que merecidos!

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