Sobre Hellcats e Nikita

Aproveitando que Hellcats e Nikita ganharam suas temporadas completas, como já era de se esperar, resolvi falar um pouco sobre elas, já que são duas peças do conjunto geral de séries que eu assisto e desempenham um bom papel, cada uma em sua área.


Começando por Hellcats, eu realmente "paguei a língua" quando escrevi "Aquele sobre eu não ter gostado de Hellcats". Na verdade tudo que eu disse era verdade, o que eu não sabia (ou não queria admitir) é que eu gosto desse tipo de séries (não todas na verdade). Disse que ela parecia aquelas filmes bobos da Sessão da Tarde dentre outras críticas não pesadas, mais pejorativas. O fato é que não demorou muito para eu repensar minha opinião acerca dela. Na verdade, no episódio seguinte eu já sabia que eu não iria conseguir deixar de assisti-lá. Se é por pouco força de vontade ou por reconhecimento de algo bom, não sei se posso responder, mais o que sei é que Hellcats mudou, não muito, mais mostrou que tem algo a mais do que a primeira impressão passou.


É inegável que as sinopses iniciais são uma completa furada. Elas fazem séries ruins parecem ótimas e séries ótimas parecem péssimas (na maioria das vezes) e com Hellcats não foi diferente. Quando eu li sobre um estudante de direito que se torna líder de torcida para manter sua bolsa de estudos eu disse: Sério!? O problema (ou a solução) foi quando a série começou a se desprender do previsível. Algumas histórias foram surgindo e botando a prova a capacidade da série em ser algo além de mais uma série teen da CW. Usar o mundo da advocacia, colocando Marti em casos onde deve usar seu talentos intelectuais fez uma grande diferença. Há um abismo gigantesco entre usar a liderança de torcida como estepe para uma bolsa de estudos e esquecer dos estudos, e usa-lá e mostrar que está mesmo interessada na carreira. A série acertou quando optou pela segunda opção.


Outros pontos como problemas familiares, religiosos, drogas e relações conflitosas compõe uma mistura que vem dando certo. É claro que a série não escapa do modo CW de fazer as coisas, mais acredito que todos já se acostumaram e tiram de letra. Essa com certeza não é a série mais inteligente que eu vejo, nem é a que eu mais gosto, mais como sempre digo, às vezes quero algo para me divertir e passar o tempo e não para pensar ou bolar teorias. Hellcats se encaixa nessa categoria e está se saindo muito bem ao meu ver.




Já Nikita não pode ser considerada assim. Ainda que não seja daquelas que tenhamos que dedicar todo nosso raciocínio para descobrir as coisas, ela propões mistérios, intrigas e algumas pegadinhas (especialmente neste 6º episódio, Resistence) e isso requer um pouco mais de cuidado ao assistir. Há alguns que afirmam a queda de qualidade da série, mais eu vejo por um lado completamente aposto. A história está começando a acontecer agora. Digo que o quinto episódio, The Guardian, foi a verdadeira estreia da série no quesito da história. Sempre falei que a série deveria avançar nos níveis da vingança de Nikita contra a Division, o que significava abrir mão de episódio que só mostrava ela tentando ferrar sua antiga companhia, coisa que aconteceu nos 4 primeiros episódios.


E isso começou a acontecer. É provável que ainda haverão muitos episódios assim e isto é um fato consumado, entretendo, só da história ter evoluído para um modo de condução diferente já traz uma certo alívio. O destaque da série com certeza não pertence a sua protagonista. Coube a Alex, personagem de Lyndsy Fonseca, as melhores cenas na questão técnica deste início de série. Seja como uma adolescente problemática, ou sofrendo de transtorno pós-traumático ou resistindo a uma tortura, ela vem dando um show de interpretação. Já um personagem me parece perdido é Michael, devido a escolha de Shane West, que não passa a emoção que o personagem devia ter. As cenas de ação são forçadas demais, as cenas "românticas" falta algo da parte dele. Talvez um outro ator pudesse dar uma sensação de realidade maior do que a dele.


Basicamente gosto de Nikita por se um tema não muito abordado pela CW. Pelo que me consta, é a primeira série que não envolve nenhuma parcela jovem/adolescente e seus conflitos por namoros, fofocas e etc. Uma série adulta num canal jovem, pode se dizer assim. Agora, existe a possibilidade real de mudanças drásticas que podem fazer muito mal a série. Os números de audiência e tal, revelaram que grande parte do público da série são homens, quando a série foi criada para ter um predomínio feminino e graças a isso os produtores anunciaram a atenuação das cenas de ação e o aumento de cenas mais românticas e dramáticas, afim de sensibilizar as mulheres. Isso já está acontecendo, se repararmos bem, mais se as doses forem igualmente controladas, só servirá para potencializar o que a série tem para mostrar.

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